Esta é uma história já muito conhecida de Luís Sepúlveda, um escritor Chileno com uma história de vida muito peculiar... Ingressou nas fileiras da Juventude Comunista e foi militante do Partido Socialista. No ano em que General Augusto Pinochet chegou ao poder, ainda estudante, foi preso e condenado a 28 anos de prisão por traição à pátria e conspiração subversiva. Graças à amnistia internacional cumpriu apenas 8 anos exilado na Suécia. Foi autor de inúmeras obras traduzidas para várias línguas. Aquilo que mais o caracteriza é sem dúvida usar o seu país como tema da narrativa.
Terá prometido um dia aos seus três filhos, Sebastián, Max e León, escrever uma história sobre o mal que o homem faz ao meio ambiente. Prometeu e cumpriu, escrevendo a História De Uma Gaivota E Do Gato Que A Ensinou A Voar. Este livro foi escrito na fase de militância de Luís Sepúlveda, na Greenpeace.
Ao mesmo tempo que se desenrola a história, este livro chama a atenção da poluição irresponsável dos oceanos, por parte das companhias de navegação e das companhias petrolíferas e da luta da Greenpeace, contra estas actuações impunes:
“…Grandes barcos petroleiros aproveitavam os dias de neblina costeira para se afastar pelo mar dentro para lavar os tanques. Atiravam ao mar milhares de litros de uma substância espessa e pestilenta que era arrastada pelas ondas. Mas vira também que às vezes umas pequenas embarcações se aproximavam dos petroleiros e os impediam de esvaziar os tanques. Infelizmente aquelas embarcações decoradas com as cores do arco-íris nem sempre chegavam a tempo de impedir o envenenamento dos mares”.
É a história de Zorbas, um gato grande, preto e gordo. Um dia, uma formosa gaivota apanhada por uma maré negra de petróleo deixa ao cuidado dele, momentos antes de morrer, o ovo que acabara de pôr.
Zorbas, que é um gato de palavra, cumprirá as promessas que nesse momento dramático lhe é obrigado a fazer: não só criará a pequena gaivota, como também a ensinará a voar. Tudo isto com a ajuda dos seus amigos Secretário, Sabetudo, Barlavento e Colonello, dado que, como se verá, a tarefa não é fácil, sobretudo para um bando de gatos mais habituados a fazer frente à vida dura de um porto como o de Hamburgo do que a fazer de pais de uma cria de gaivota...
Uma fábula em jeito de parábola com uma mensagem extraordinária sobre o homem e sobre os animais... a nobreza de uns e falta de valores dos outros...
"Infelizmente os humanos são imprevisiveis. As suas melhores intenções causam muitas vezes os piores danos"